Observado pela primeira vez no Brasil em 1983, o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é o principal vilão para a cotonicultura devido a sua rápida capacidade de reprodução e alto potencial de destruição nas lavouras.

Os danos podem chegar à 70% do cultivo em uma única safra ou até 100% se os manejos para o controle não forem realizados de forma correta.

Neste texto reunimos orientações de como identificar e modos eficazes para combater a principal praga do algodão.

Como identificar?

É fácil identificar o ataque do bicudo em uma lavoura de algodão.

O principal ponto a ser observado é a separação das brácteas dos botões florais, seu amarelamento e queda. Visto que, o sistema reprodutivo da planta é a principal fonte de alimento da praga desde a fase larval até a vida adulta.

Além do mais, as fêmeas do bicudo-do-algodoeiro colocam os seus ovos no interior dos botões florais afim de protegê-los até se tornarem adultos. Sendo assim, outra forma de realizar o monitoramento é analisar se existem larvas da praga dentro dos botões.

As flores atacadas ficam com o formato “balão”, não desabrocham e apresentam perfurações.

Pesquisa publicada pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios descreve da seguinte forma as fases de desenvolvimento do bicudo:

Ovo: os ovos são branco-brilhantes e medem, em média, 0,8 mm de comprimento por 0,5 mm de largura. Normalmente são elípticos, mas a forma e o tamanho variam. Após 2 a 4 dias da postura, eclodem as larvas.

Larva: as larvas são de cor branca, com a cabeça com cor pardo-clara, sem pernas, encurvadas e, no terceiro ínstar, apresentam entre 5 e 7 mm de comprimento. Passam de 4 a 12 dias alimentando-se (depende da temperatura) e, em seguida, transformam-se em pupas.

Pupa: as pupas são de cor branca e pode-se observar os vestígios dos diferentes membros do corpo dos futuros adultos, como olhos e rostro. Permanecem assim de 2 a 6 dias e, a seguir, transformam-se em adultos.

Adulto: de coloração cinza ou castanha, os adultos medem, em média, 7 mm de comprimento (incluindo o rostro, que corresponde à metade do comprimento do corpo) e cerca de 2,3 mm de largura. O corpo é coberto por pequenos e finos pelos dourados. Os adultos recém-emergidos possuem uma cor marrom-avermelhada. O ciclo de vida de ovo a adulto se completa em aproximadamente 21 dias.

Desenvolvimento do bicudo-do-algodoeiro

Fases de desenvolvimento do bicudo-do-algodoeiro/Fonte: Revista Cultivar

O prejuízo

A fase crítica para o ataque do bicudo-do-algodoeiro está compreendida entre o período de 40 e 90 dias após semeadura.

O ataque costuma começar com o aparecimento dos primeiros botões florais. Como já mencionado, a fêmea do bicudo deposita os seus ovos dentro dos botões, onde as larvas permanecem e se desenvolvem até chegarem a fase adulta. Sendo assim, desde que nasce a praga se alimenta da estrutura reprodutiva da planta, hábito que segue para a vida adulta do inseto.

Essa preferência alimentar deixa rastros e consequências.

Com o ataque do bicudo, as maçãs do algodão, que são os frutos da planta ainda verdes e que quando maduros se denominam capulho, podem não se desenvolver ou se desenvolver de forma anormal. Dessa forma, perdendo o seu poder produtivo, reduzindo drasticamente a qualidade e resistência da fibra do algodão, que consequentemente, perde o seu poder econômico.

Além do mais, os furos deixados pelo inseto na planta ao se alimentar favorece a entrada de fungos e bactérias, que causam ainda mais danos fitossanitários.

Danos causados pelo bicudo-do-algodoeiro/Fonte: Revista Cultivar

Danos causados pelo bicudo-do-algodoeiro/Fonte: Revista Cultivar

Manejo

Um manejo eficaz para o combate do bicudo-do-algodoeiro depende da somatória de ações ao longo de toda a safra e nas diferentes épocas do ano. Dessa forma, seguem as principais estratégias que o produtor rural deve se atentar:

  • Concentrar semeadura entre 30-40 dias na fazenda, para que as plantas se desenvolvam em um mesmo ritmo, reduzindo a possibilidade de movimentação para o inseto;
  • Na entressafra, destruir restos culturais e evitar ponte verde para a praga;
  • Utilizar armadilhas de bicudo com feromônios que atraem e capturam o inseto, nas fases pré-plantio e após a colheita, para combater e medir o índice de infestação;
  • Controle químico baseado em dados de amostragens, fazendo a rotação dos ingredientes ativos.
  • Controle biológico não é o método mais indicado, mas ainda assim, existem alguns parasitoides específicos que podem contribuir para a redução natural do bicudo. Sendo assim, é importante utilizar pesticidas seletivos aos inimigos naturais da praga.

Pequenos insetos, grandes desafios

O bicudo-do-algodoeiro representa um grande desafio para o produtor rural, sendo a praga mais danosa para a cultura.

Com ciclo de vida curto, cerca de sete gerações da praga podem atacar a mesma lavoura em uma única safra, o que representa um elevado índice de proliferação e potencialização dos danos.

Além do mais, o fato das fêmeas colocarem os seus ovos no interior do botão floral dificulta o combate, visto que durante a fase larval e pupa, a praga fica protegida. Dessa forma, somente na fase adulta o inseto fica exposto para ser pulverizado.

Diante de tudo isso, o bicudo demanda uma atenção diferenciada do produtor rural, que deve adotar manejos integrados e seguir com exatidão todos os passos para a diminuição dos danos e prejuízos na lavoura.

Fonte: Revista Cultivar, Aegro, ImaMT, Instituto Biológico.

O algodão é uma cultura de destaque no agronegócio brasileiro. Conforme a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o Brasil está entre os cinco maiores produtores mundiais e ocupa o primeiro lugar em produtividade com o método sequeiro.

Junto com essa expansão, crescem também as exigências de qualidade por parte dos compradores nacionais e internacionais.

Nesse cenário, a colheita do algodão é uma fase de grande desafio para garantir a boa qualidade da fibra e rentabilidade das vendas, sendo fundamental atenção especial por parte do produtor.

Uma colheita com operações realizadas de maneira errada pode provocar perdas, tanto em qualidade como em quantidade.

Pensando nisso, neste artigo você vai acompanhar orientações e dicas de boas práticas para otimizar a produção de algodão em sua lavoura. Boa leitura!

Perdas na colheita do algodão

As perdas na hora de colher podem ser quantitativas ou qualitativas.

As perdas quantitativas estão relacionadas com a perda em número, normalmente associada à regulagem da colhedora de algodão e velocidade de colheita.

Já as perdas qualitativas dizem respeito às características das fibras do algodão, ou seja, sobre a qualidade das fibras. Fatores como a maturação inadequada das plantas, excesso de umidade, presença de plantas daninhas e coloração da fibra influenciam diretamente na qualidade do algodão.

Boas práticas na hora de colher

Faça a colheita na hora certa

É importante conhecer as características da cultivar plantada para ter bons resultados. Dependendo da cultivar, o ciclo do algodão pode durar entre 130 e 220 dias.

Na hora de colher, o ideal é que as plantas não estejam úmidas, garantindo melhor qualidade e menos impurezas. Sendo assim, o indicado é que a colheita seja feita nas horas quentes do dia.

O algodão está pronto para ser colhido quando os frutos estiverem com 12% de umidade e com todos os capulhos abertos.

Use desfolhantes e maturadores

A planta do algodão tem uma crescimento indeterminado, ou seja, o crescimento vegetativo continua durante a fase reprodutiva.

Pesquisa da Embrapa demonstra que o algodoeiro continua produzindo folhas mesmo com o fruto maduro, entretanto, tal estrutura não é aproveitada comercialmente e até dificulta a colheita.

Por isso, em algumas situações, o uso de desfolhantes e maturadores é indicado para otimizar a colheita e alcançar um produto mais limpo, sem impurezas.

O uso de desfolhantes contribui para a antecipação da colheita, pois a desfolha facilita a penetração dos raios solares no interior das plantas, além de auxiliar no controle de pragas.

A aplicação de desfolhantes deve ser feita quando 60 a 70 % dos capulhos estiverem abertos, com a desfolha ocorrendo entre 7 e 15 dias após aplicação.

Já com os maturadores, o foco principal são os frutos. O objetivo da sua aplicação é acelerar a maturação e abertura dos frutos, para assim, conseguir uniformidade da lavoura e aperfeiçoamento da performance das colhedoras.

A indicação é que os maturadores sejam aplicados quando 100% dos frutos atinjam a maturidade ou mais de 90% dos capulhos estejam abertos.

Lembrando que a utilização de desfolhantes ou maturadores deve ser sempre feita com o acompanhamento profissional e com base em critérios técnicos.

Faça o manejo das plantas daninhas

Plantas daninhas são inimigas de qualquer lavoura.

Além da cultura plantada ficar “mais fraca” por ter que dividir os nutrientes, elas também dificultam a trabalho das colhedoras, podendo até causar danos nas partes móveis das máquinas.

No caso do algodão, existe o agravante de perda na qualidade da fibra, visto que quanto mais massa verde na hora colher, mais impurezas e contaminação na pluma.

Sendo assim, é fundamental um planejamento para o controle dessas plantas antes da colheita.

Análise os resultados

Já pensando no próximo ciclo, é importante realizar o balanço de todos os processos da colheita. Avaliar os resultados e produtividade, identificando os acertos e melhorias que podem ser aplicadas para a próxima safra.

Dessa forma, a sua produção vai ter mais qualidade e rendimento a cada ciclo.

Conclusão

Não é atoa que o algodão tem grande importância econômica. Tudo se aproveita da planta, desde a fibra até o caroço.

Dentro desse cenário, o Brasil é potência na produção e beneficiamento do algodão, ficando entre os maiores do mundo.

Para crescermos cada vez mais, é fundamental buscarmos informações e aperfeiçoamento dos processos.

A Petrovina Sementes tem experiência no assunto. Desde 1999 o algodão faz parte dos nossos negócios, sempre com pioneirismo e inovação para alcançar os melhores resultados.

Por meio do conhecimento que adquirimos ao longo dos anos, queremos contribuir para o impulsionamento da agricultura brasileira, seja com produtos de qualidade ou com informações precisas.

Esperamos que este artigo ajude quem está começando ou que está pensando em começar a cultivar algodão. Pode ter certeza de que apesar dos desafios, é uma cultura com grande potencial!

Fonte: Abrapa, Embraba, Aegro.

O estado deve exportar na safra 2022/23 18% a mais de pluma em comparação ao previsto para o período de 2021/22, que ainda está em comercialização. Os dados são do último relatório de Oferta e Demanda do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA).

A oferta total de pluma estimada é de 2,07 milhões de toneladas. A estimativa é que 1,51 milhão de toneladas tenham como destino o mercado externo.

Saiba mais acessando o portal Canal Rural.

A nova estimativa do Imea em relação a produção de algodão para as safras 2021/22 e 2022/23 em Mato Grosso apresenta recuo nos números.

Para o ciclo 2021/22, a produção de pluma ficou em 1,81 milhão de toneladas, redução de 1,38% em relação ao último relatório. 

A estimativa de produção para a safra 2022/23 ficou em 2,05 milhões de toneladas, com queda de 9,41% ante a última divulgação devido ao reajuste da área plantada. Ainda assim, a produção segue maior do que a do período anterior, apresentando o aumento de 12,87% em relação a safra 2021/22, sustentado pela expectativa de melhor rendimento na temporada.

Saiba mais acessando o portal Safras e Mercado.

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